O humano em nós é multidimensional. Não somos só pensamento, tampouco nosso corpo é máquina. Somos uma integralidade de mente e corporeidade potentes consumidas pela contemporaneidade. Dominados e dominadas pela ansiedade, fizemos das preocupações o nosso automático. A meditação vem como uma ferramenta curativa. Mas a mente não está fora do corpo. A mente é corpo.

Meditação é um estado contemplativo. É serenizar nossa matéria e consciência. Como habitar esse lugar? 

Muitos de nós já tentamos meditar e nos frustramos. Não conseguimos, reclamamos. Ou nos sentimos sós nessa tarefa. A ideia do nosso encontro é prepararmo-nos, enquanto coletivo, com movimentos e exercícios respiratórios, para vivenciar a introspecção. Desacelerar para poder parar.

O que acontece com a maioria de nós é que tentamos meditar com o corpo tomado por substâncias do estresse. A tendência é desistir rapidamente. Também somos incentivadas e incentivados a fazer esse exercício solitariamente. Mas em grupo podemos nos estimular, nos abraçar em silêncio, sentir o olhar e trocar nossas experiências.

Sobretudo, podemos através do afeto livre de julgamentos transcender nosso ego condicionado aos personagens do dia-a-dia. Podemos criar um espaço só nosso para o acolhimento, a escuta, a prática silenciosa. Um lugar para repousar a alma. Tempo-espaço para habitarmos a legítima presença em busca do nosso desenvolvimento espiritual.